IGUALDADE DE GÊNERO,RAÇA/ETNIA NA EDUCAÇÃO FORMAL- Família, Hierarquias e a interface público/privado.

domingo, 9 de outubro de 2011

QUESTÕES DE GÊNERO E POLÍTICAS PÚBLICAS.



Ponderar as dessemelhanças de gênero  envolve em compreender  como se edificam  as relações entre homens e mulheres em relação  à distribuição de poder.

Em grande parte da história da humanidade as aferições em relação a gênero,  deram realce  às relações de parentesco, coligando  o significado e a dinâmica das disparidades e do poderio no contexto familiar.

Sequencialmente, tais análises tiveram como escopo a análise de outras esferas sociais articulando o conceito de gênero aos conceitos de classe e raça/etnia e relativizando seu peso e significado em contextos sociais diversos e em segmentos populacionais distintos.
Estudando o conceito de gênero compreende-se   o modo pelo qual o poder patriarcal entre os gêneros é definido, estruturado e exercido.

Gênero é a forma como a agregação social define representações e estabelece regras do que é ser mulher e do que é ser homem. O caminhar da humanidade, desde os tempos aborígenes, vem perpetuando essa forma de agregação discriminatória e construída historicamente, eis que não é determinada geneticamente e nem pelas leis naturais.

Os setores sociais que detêm o poder econômico estabelecem, de acordo com os seus interesses capitalistas, formas de imporem regras para o Homem e para a Mulher. O Homem foi estereotipado a exercer atividades externas e dominadoras: chefe do lar, atividade econômica, impositor das regras do lar. A mulher, exemplo de doçura, meiguice, é a Rainha do Lar, desempenha o papel  de tomar conta do ninho familiar, criar os filhos, educá-los,  afazeres caseiros, mulher/amante do marido.

Com o avanço histórico e, consequentemente, o avanço tecnológico da humanidade, as mulheres, com Movimentos de Mulheres- que se identificam nas suas diversidades, pelas discriminações e problemas sofridos-  foram se organizando, e conquistando espaço, a passadas estreitas estão alcançando vitórias significativas para fazer com que a sua DIGNIDADE de ser MULHER seja respeitada e efetivada.No entanto– mas não menos importante –, tanto no cenário global quanto no contexto brasileiro, as rápidas transformações em curso nas esferas do gênero e da sexualidade não transcorrem sem obstáculos ou reações regressivas, suscitando resistências sutis, movimentos de reacomodação cultural e, sobretudo, respostas sistemáticas e virulentas por parte de atores institucionais e sociais, cujas doutrinas ou ideologias visam explicitamente restabelecer as antigas ordens de gênero e sexualidade.
As diversidades de gênero são perceptíveis de várias formas na agregação societária.  Como todas e quaisquer desigualdades, as de gênero são intrinsecamente injustas, vexatórias,  e devem ser eliminadas, como as desigualdades no mercado de trabalho, que determinam os níveis de pobreza.
Vários aspectos das desigualdades de gênero no mercado de trabalho são visíveis na sociedade. Em primeiro lugar, as mulheres têm uma taxa acentuadamente mais baixa de atividade econômica do que os homens. As taxas de informalidade e de desemprego feminino são geralmente maiores que as dos homens. As mulheres recebem menor remuneração horária. Poderia argumentar-se que estas desigualdades observadas não sejam produzidas pelo mercado de trabalho, e que simplesmente refletem diferenças nas características ou legados, por exemplo, como a educação.

As mulheres têm uma menor probabilidade de participar no mercado de trabalho, uma menor probabilidade de serem trabalhadores formais, e menor salário de remuneração horária.

As mulheres e os homens com características iguais têm a mesma probabilidade de ser economicamente ativos. As mulheres e os homens com características semelhantes têm a mesma probabilidade de ficarem desempregados, trabalhadores formais ou trabalhadores informais, mas a sociedade patriarcal desvirtuou tal verdade, estereotipando conceitos inverossímeis, qualificando o gênero masculino em detrimento do feminino.

Transcorrendo um longo caminho histórico, a comunidade brasileira apresenta progressos nas inclusões sociais,  nas relações de gênero,  no sistema educacional, na  área de saúde, etc, havendo assim, uma redução significativa das disparidades sociais, havendo uma reversão de gênero  na comunidade, como na educação. Na esfera política as conquistas foram menos significativas, mesmo que as mulheres tenham  conquistado o espaço de  se tornarem a maioria do eleitorado, ainda ocupam  uma das mais baixas compleições no parlamento do país.

As mudanças  na família e a entrada em massa das mulheres no mercado de trabalho exigem a adoção  de políticas de conciliação de trabalho e família. Além da participação dos homens nos afazeres domésticos, é preciso criar mecanismos de alívio da sobrecarga familiar e incentivar mecanismos como: a) Creches e educação infantil; b) Restaurantes populares; c) Transporte coletivo adequado para adultos e crianças; d) Jornadas de trabalho flexíveis; e) Espaços públicos de lazer; etc.

A admissão da mulher no mercado de trabalho e estratégias de conciliação, emprego e família se patentearam essenciais  para o aumento da autonomia feminina.

Na atualidade há  no Brasil uma lacuna de gênero ao revés, pois tem  apresentado um índice crescente de  matrícula das mulheres no ensino universitário  e o sexo feminino supera em muito a matrícula do sexo masculino, em especial nos níveis de ensino superior. Existe um questionamento nacional de como resolver o problema da inclusão social (raça/cor e pobres) no nível superior de ensino. A sociedade brasileira tem se manifestado e discutido fervorosamente a questão de adoção de políticas educacionais de cotas e ações afirmativas para inclusão da população negra e indígena nas universidades.

A massificação das desigualdades está alicerçada  no seio da sociedade civil, suscitando resistências teóricas, ideológicas, culturais e políticas. Assim sendo, a edificação de um projeto político democrático, visando a igualdade entre mulheres e homens e entre grupos raciais é capital, sagrando as diversidades  de crença e orientação sexual. Coligar nas políticas públicas de igualdade social os âmbitos  dimensionais de gênero e raça é de basilar importância, bem como a conexão de ações, programas e ofícios como qualificação profissional, prestação de assistência à saúde, geração de atividades de trabalho e renda, meio ambiente, combalir a violência e fomentar o desenvolvimento  da paz, sem discriminação de raça/etnia e gênero.

Bibliografia-

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SORJ, B.; FONTES, A. & MACHADO, D.C. Políticas e Práticas de Conciliação entre família e trabalho no Brasil. Cadernos de Pesquisa, v. 140, n. 820 980-340, São Paulo, Fundação Carlos Chagas, 2011.

CARRARA, S. & RAMOS, S. Política, Direitos, Violência e Homossexualidade – Pesquisa. In: PARADA DO ORGULHO GLBT, 9, 2004. Rio de Janeiro: CEPESC, 2005.

www.socialismo.org.br/...gênero/.../687-estudo-mostra-desigualdades...





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