IGUALDADE DE GÊNERO,RAÇA/ETNIA NA EDUCAÇÃO FORMAL- Família, Hierarquias e a interface público/privado.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

EUGENIA: ENTRAVE À CONSTRUÇÃO DE UMA NOVA SOCIEDADE


A purificação da raça, o aperfeiçoamento do gênero humano. A evolução de cada geração. A superação dos limites. A saúde perfeita. A beleza estereotipada. A fortaleza física. Todas as acepções expostas são ideologias eugênicas. Para ser o arquétipo, o mais dotado, o mais integrado e capaz é necessário competir e eliminar o mais fraco pela concorrência. Luta de raças. No campo político, luta de classes.
A eugenia moderna germinou sob esses ideais principais. Uma invenção burguesa. Mas reflexionar os primórdios eugênicos, assim como seus escopos e alicerces não é tão simplório, pois mesmo autodenominando-se como ciência, a teoria da eugenia está coberta de pluralidades significativas e argumentos subjetivos. Para uma maior compreensão da complexidade é desta ciência é essencial ter em mente que a eugenia se alicerçou nos ideais de superioridade, natureza e sociedade que foram construídas ao longo dos séculos pelo pensamento do povo ocidental.
Racismo é a convicção de que existe uma relação entre as características físicas hereditárias, como a cor da pele, e determinados traços de caráter e inteligência ou manifestações culturais. A base, mal definida, do racismo é o conceito de raça pura aplicada aos homens, sendo praticamente impossível descobrir-lhe um objeto bem delimitado. Não se trata de uma teoria científica, mas de um conjunto de opiniões, além de tudo pouco coerentes, cuja principal função é alcançar a valorização, generalizada e definida, de diferenças biológicas entre os homens, reais ou imaginárias.
A eugenia defende e afirma explicitamente que há raças puras, e que estão numa escala superior às demais e que tal hierarquia abona e legitima uma hegemonia política e histórica, concepções estas contra as quais insurgem objeções representativas. O argumento fortíssimo contra a eugenia, é que quase todos os grupos humanos atuais são fruto de misturas étnicas. A caminhada evolutiva da humanidade, com a provisoriedade dos seus grupos componentes tornam utópica toda e qualquer tentativa de definir a raça baseada em dados étnicos estáveis.
Bibliografia=

POLIAKOV, L. O mito Ariano, São Paulo, Perspectiva, 1998

BENTO, M. A. S. Branqueamento e branquitude no Brasil. In: CARONE, I.; BENTO, M. A. S. (orgs.). Psicologia social do racismo: estudos sobre branquitude e branqueamento no Brasil. Petrópolis: Vozes, 2002.
FERNANDES, F. O negro no mundo dos brancos. São Paulo: Difel, 1972.
PAIXÃO, M. J. P. Desenvolvimento humano e relações raciais. Rio de Janeiro: DP&A, 2003. (Coleção Políticas da Cor).
SILVERIO. R. S. A (Re)configuração do nacional e a questão da diversidade. In: S. SILVERIO. R. S.; ABRAMOWICZ, A. Afirmando diferenças. Campinas, São Paulo: Papirus, 2008.

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