IGUALDADE DE GÊNERO,RAÇA/ETNIA NA EDUCAÇÃO FORMAL- Família, Hierarquias e a interface público/privado.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

POLÍTICAS PÚBLICAS E ADOÇÃO DE AÇÕES ANTIRRACISTAS

A ampliação da cidadania da raça negra derivou, entre outras aquisições, numa pauta que redimensiona a encargo do poder público em identificar as situações reais de discriminação e desigualdade que atingem os negros  e na criação de condições de exercício de cidadania em todos os espaços públicos.
Em decorrência disso, esse empenho prático e político do exercício da cidadania exige uma meditação e uma altercação entre gestores de políticas públicas, pesquisadores, ativistas sociais, não só quanto ao direito a bens materiais  pelos negros/as, mas também no repensar das implicações dessa tarefa no desenho de políticas públicas que levem em conta a contribuição da população afro-brasileira.
As políticas públicas não podem em tempo algum desligar-se criação de uma cultura política restaurada, em diálogo constante com diversos atores urbanos, cujo escopo é a democratização das relações diárias no ambiente vivido pela população negra.
Enfrentar convencionalismos, estereótipos, buscar uma cidadania ativa para todas e todos, não se faz sem repensar experiências, discutir práticas na política, na gestão pública e na vida social desses cidadãos que possuem necessidades especiais, pois trilharam um caminho de construção histórica especial, que deixou sequelas, cicatrizes e legados.
Urge pensar sobre aspectos importantes da implementação de políticas públicas, tendo em vista a emergência deste sujeito:  o Negro Brasileiro. Assim, são necessárias atividades conjuntas, envolvendo Secretarias e Coordenadorias concretizando momentos importantes de debate e troca de opiniões acerca da construção de projetos que efetivamente atendam a especialidade e especificidade do Negro.
Os negros(as), na busca da concretização de seus objetivos unem-se em movimentos.
 Os Movimentos de Negros no Brasil reivindicam que os governos elaborem e atuem na construção de políticas públicas tendo como foco o reconhecimento de sua cidadania. A crescente participação negróide cumprindo tarefas públicas no mercado de trabalho, na educação, nos espaços públicos fortalece esta demanda, cria novas exigências e desafios na elaboração e execução de políticas públicas.
Para que efetivamente se concretize essa perspectiva é fundamental transformar as condições concretas que permitam aos negros reverter sua condição de desigualdade. 
Um primeiro desafio a ser enfrentado na implementação de políticas públicas e na organização geral do Estado é interferir na pretensa “neutralidade” deste como propositor e articulador de uma ação política.
 
BIBLIOGRAFIA

- ORTIZ, Renato (1998). Cultura brasileira e identidade nacional. São Paulo. Ed. Brasiliense.
- RIOS, Flavia (2009). Institucionalização do Movimento Negro no Brasil Contemporâneo. São
- SANTOS, Ivair Augusto Alves dos. (2006) O movimento negro e o Estado (1983-1987). São Paulo, CONE: Prefeitura de São Paulo.
- SEYFERTH, Geralda (1983). “Etnicidade Cidadania e algumas considerações sobre as bases étnicas da mobilização política”. Boletim do Museu Nacional. Rio de Janeiro. N. 42. V.20.
-DELGADO, Guilherme & THEODORO, Mário (2003)- Política Social: universalização ou
focalização- subsídios para o debate. In boletim Políticas Sociais: acompanhamento e análise n. 7, Brasília, Ipea, p. 122-126, 2005.

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