IGUALDADE DE GÊNERO,RAÇA/ETNIA NA EDUCAÇÃO FORMAL- Família, Hierarquias e a interface público/privado.

domingo, 24 de julho de 2011

Políticas Públicas

Podemos definir Política Pública como um conjunto de ações que são desencadeadas pelo Estado, tanto em nível Federal, Estadual e Municipal. Este pode ser desenvolvido em parceria com organizações não governamentais, que visam responder as demandas principalmente dos setores marginalizados da sociedade.
Cabendo ao Estado propor ações preventivas diante de situações de risco à sociedade por meio das políticas públicas, buscando discutir que visam desenvolver projetos onde os mesmos possam beneficiar à população ou grupos de pessoas com determinadas necessidade, podemos destacar a situação da mulher que sofre vários tipos de discriminação. E a Constituição Brasileira assegura o bem comum em nosso país. E é neste contexto que devemos construir uma sociedade livre, mais justa e solidária e assim reduzir e eliminar as desigualdades.

Quando falamos em democracia, direitos para todos, pensamos que realmente somos iguais, mas, a luta por direitos humanos trouxe, por um lado, uma série de conquistas afirmadas em nossa legislação. Entretanto, as conquistas destes direitos na Lei não foram suficientes para alterar a realidade de discriminação e de preconceito, construída historicamente e que se encontra inserida em nossa cultura e na mentalidade da nossa sociedade e presente no cotidiano com violações destes direitos.
Sabemos que a discriminação é ação concreta que implica no tratamento que desconsideram as necessidades e especificidades dos sujeitos concretos. Para ações de discriminação a Lei prevê sanções, punições, obrigatoriedades. Pois não podemos discriminar negros, mulheres, crianças, homossexuais ou deficientes porque são diferentes do sujeito que fora construído historicamente “homem, branco, adulto, heterossexual, sem deficiência”.
Ainda há uma grande dificuldade da sociedade brasileira em assumir a questão racial como um problema que necessita ser enfrentado. Enquanto esse processo de enfrentamento não ocorrer, as desigualdades sociais baseadas na discriminação racial continuarão.
Portanto, planejar o combate às discriminações exige ações concretas. Temos direitos a igualdade, liberdade, segurança... Vivemos em um país com uma imensa diversidade cultural, onde todos os cidadãos têm a mesma dignidade social e são iguais perante a lei.

As políticas públicas se apóiam no ideário da igualdade, mas se pensarmos a situação da mulher negra no Brasil, observaremos que são as que mais sofrem desigualdade social. Elas recebem menos que os homens mesmo tendo um grau de escolaridades superior ao deles.

É interessante observar que, apesar das inúmeras conquistas das mulheres, a realidade social das negras ainda é bem diferente das demais, pois o ingresso no mercado de trabalho ainda é um desafio para as mulheres negras, mas é claro com exceção para as funções sem qualquer qualificação.
Ainda há uma grande dificuldade da sociedade brasileira em assumir a questão racial como um problema que necessita ser enfrentado. Enquanto esse processo de enfrentamento não ocorrer, as desigualdades sociais baseadas na discriminação racial continuarão, e, com tendência ao acirramento, ainda mais quando se trata de igualdade de oportunidades em todos os aspectos da sociedade.
Devemos pensar em uma sociedade mais justa, onde se possa promover a solidariedade e a igualdade entre homens e mulheres, sem distinção de raça, etnia, cor, classe social, religião, defendendo os direitos dos cidadãos negros, especialmente das mulheres incentivando sua interação no mercado de trabalho e na sociedade.

O estudo realizado ressalta a desigualdade de raça e de gênero dentro da sociedade brasileira, trazendo propostas para lutar pelo princípio de igualdade, respeito às diferenças e justiças, para que assim se possa atingir o nível de sociedade mais justa e igualitária em busca de oportunidade para todos.
Enquanto gestores de sala de aula e diante da grande diversidade cultural existente podemos contribuir dando oportunidades iguais a todos com base em valores fundamentais, como ética e moral. Atuando com responsabilidade visando para que todos os alunos sejam tratados com igualdade, justiça e respeito independente da raça, sexo, idade, nacionalidade, deficiência, religião, orientação sexual...
E diante da grande diversidade cultural e social existente no meio escolar, o professor deve oferecer aos alunos oportunidades iguais, com valores fundamentados no meio onde estão inseridos, promovendo o bem estar de cada um, respeitando sua crença, condição financeira, sexo, nacionalidade, bem como suas limitações. Atuando com responsabilidade e coerência para que todos os alunos sejam tratados com igualdade, justiça e respeito.

E sem dúvida estes textos nos levam a uma grande reflexão a tudo que se encontra a nossa volta, pois os temas abordados são de reais vivências em nosso cotidiano. Portanto devemos trabalhar com olhos bem atentos para qualquer situação que haja discriminação, fazendo intervenções necessárias para que os preconceitos sejam superados, usando –se da melhor metodologia existente que é ser um mediador através do diálogo, levando o aluno a ser crítico e reflexivo sobre qualquer atitude que tenha feito dentro da sala de aula ou em qualquer âmbito da escola.
Consciente do papel que os educadores exercem na sociedade, cabe-nos o grande desafio de estar atentos às diferenças, e de buscar o domínio de um saber crítico que permita interpretá-las. E na escola precisamos mostrar aos alunos que existem outras culturas e que os mesmos devem interagir reconhecendo o pluralismo cultural brasileiro. Portanto em nossa prática de ensino é necessário questionar o cotidiano escolar entre os alunos, fazendo-lhes compreender o jeito de ser de cada um, respeitando as diferenças. Pensando assim seria um dos caminhos para combater os preconceitos e discriminações que estão ligados à raça, ao gênero, às deficiências, à idade e à cultura, constituindo assim um novo pensar.

referencia
Reflexão feita pelos alunos a partir dos textos do Módulo 1 – Políticas Públicas e Promoção da Igualdade.

Família


Link: familias.ilga-portugal.pt

Conceituar família e diferenciá-la de outros grupos sociais a que somos ligados é o grande desafio do mundo contemporâneo, no momento em que a célula básica apresenta tantos arranjos e configurações.
A imagem da família Nuclear (modelo de acordo com a Constituição Federal) consiste num homem, numa mulher e nos seus filhos, biológicos ou adotados, habitando num ambiente familiar comum.Com isso muitas vezes até ignoramos que existem variadas possibilidades dela se constituir , e a maneira como ela se estrutura é totalmente irrelevante do ponto de vista da necessidade natural para que se mantenha uma identidade como entidade familiar.
Atualmente, convivemos com diversas estruturas familiares,dentre elas temos a família Alargada ou Extensa onde co-habitam ascendentes, descendentes e/ou colaterais por consangüinidade ou não, para além de progenitor.
Família Mono-parental constituída por progenitor que co-habita com o(s) seu(s) descendente(s).
Família Reconstruída, onde existe uma nova união conjugal com ou sem descendentes de relações anteriores de um ou dois cônjuges.
Além dessas estruturas, existem também as denominados de “Famílias Alternativas”, sendo elas as famílias Comunitárias (ao contrário dos sistemas familiares tradicionais, onde a total responsabilidade pela criação e educação das crianças são dos pais e da escola, nessas famílias o papel dos pais é descentralizados, sendo as crianças de responsabilidade de todos os membros adultos)ou Homossexuais (existe uma ligação conjugal ou marital entre duas pessoas do mesmo sexo, que podem incluir crianças adotadas ou filhos biológicos de um ou ambos dos parceiros).

Link: http://mgfamiliar.net/tip.famil.pdf (acesso em 21/07/11 às: 10:15)
http://www.fiscolex.com.br (acesso em 21/07/11 às: 10:35)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Familia#Conceito_de_fam.C3.ADlia (acesso em 21/07/11 às: 12:55)

Poema


Link: www.portalsaofrancisco.com (acesso em 24/07/11 ás 18:45)

O PRETO...O BRANCO...
O AMARELO...O VERMELHO
PROBLEMAS DE MELANINA.
EPIDERME, MERA SUPERFÍCIE.
E SÃO CORES, SOMENTE CORES.
E A DIFERENCIAÇÃO
TRANSFORMA-SE EM SEGREGAÇÃO.
A NATUREZA COMPETITIVA,
OS GRUPOS PREDATÓRIOS.
ÁFRICA...EUROPA...ÁSIA...AMÉRICA.
DA ANTIGUIDADE PARA O PRESENTE,
BARBÁRIE, CIVILIZAÇÃO, A HISTÓRIA.
PRETO ESCRAVIZANDO PRETO,
BRANCO ESCRAVIZANDO BRANCO,
AMARELO ESCRAVIZANDO AMARELO,
VERMELHO ESCRAVIZANO VERMELHO,
E APÓS A ESCRAVIDÃO,
DENTRO DAS PRÓPRIAS RAÇAS,
A ESCRAVIDÃO DE RAÇAS
POR OUTRAS RAÇAS.
DOMINADOS E DOMINANTES,
MAS SEMPRE A ESCRAVIDÃO.
O MATAR-SE DE UNS AOS OUTROS,
EM ETERNAS AGRESSÕES
SEGUIDAS DE ETERNAS VINGANÇAS.
SEMPRE HAVERÁ PODER
PARA LEGALIZAR O IMORAL?
TRADIÇÃO DE COSTUMES
ESTÚPIDOS E PRIMITIVOS.
AO ARRANCARMOS AS CORES,
SERÃO HOMENS
A VITIMAR OUTROS HOMENS.
PRENÚNCIO DE POESIA APOCALÍPTICA,
O MUNDO DOMINADO
PELA ESTIRPE ESPARTANA.
BRUTALIDADE E HONRA.
CRUELDADE E GLÓRIA.
EXISTEM LÁGRIMAS
SOBRE OS DESPOJOS,
QUE NÃO SEI SE
VERDADEIRAS OU HIPÓCRITAS,
OU MELHOR SERIA DIZER,
IGNORANTES OU NEURÓTICAS.
LOUCOS OU MAUS.
"QUEM COM FERRO FERE,
COM FERRO SERÁ FERIDO".
HAVERÁ DIAS
EM QUE O FERRO EM BRASA
MARCARÁ A TESTA DE TODOS.
DESEJO DE JUSTIÇA,
MAS SERÃO JUSTOS OS JUÍZES ?
NO SAGAZ COMBATE,
O MEDO DO FIM DE TUDO.
AS VESTES DE TECNOLOGIA
NÃO CONSEGUEM
OCULTAR OS ESPÍRITOS TRIBAIS.
BRUCUTUS FUTURISTAS.
O FOGO HÁ DE QUEIMAR
O QUE A IGNORÂNCIA CRIOU?
SERÁ O FERRO EM BRASA
O INSTRUMENTO DE ESCRITA DO FUTURO?
DEMENTADOS ARMADOS ATÉ OS DENTES,
OS OBJETIVOS A SEREM ATINGIDOS
SÃO OS PONTOS VITAIS DO INIMIGO,
DESTRUINDO AQUILO
QUE NÃO SABEM CONSTRUIR.
TENAZMENTE ESTÚPIDOS,
ATRACAR-SE-ÃO
ATÉ A ÚLTIMA GOTA DE SANGUE.
TALVEZ TARDE DESCUBRAM O RESULTADO ,
ENTÃO, NÃO MAIS OPONENTES,
MAS APENAS RELES ESCÓRIA,
MENDIGOS ORGULHOSOS E VAIDOSOS,
DESTERRADOS, CRIADORES DE DESERTOS,
QUE TERÃO POR PRÊMIO
AREIA, MUITA AREIA.
E DO PÓ FOI FEITO...
E AO PÓ RETORNARÁ.

Gilberto Brandão Marcon
http:gilbetomarcom.recantosdasletras.com.br- acesso em 19/07/2011

TEMA 2- IGUALDADE DE GÊNERO, RAÇA/ETNIA NA EDUCAÇÃO FORMAL.


Link da Imagem: www.brasilescola.com (acesso em: 24/07/11 as 18:35)

- Família, hierarquias e interface público/privado.
Após o estudo das três unidades que compõem o Módulo I do Curso de Especialização GPP-GR, onde foram alvitradas três importantíssimas Unidades de Estudo- 1ª Políticas Públicas: conceitos, Objetivos e prática de participação social, 2ª Diversidade e Igualdade, 3ª Políticas Afirmativas de raça e gênero e a busca de Igualdade de oportunidades- concluiu-se que a pedra angular de toda conquista quanto à Igualdade e respeito à Diversidade/Igualdade de gênero/raça e etnia é a Educação populacional que levaria à transformação na mundividência do outro e do respeito efetivo a seus direitos.
A efetivação dos direitos de todos os setores populacionais dentro da sociedade civil- com sua ampla diversidade- requer a tomada de políticas públicas somadas à participação desses setores diversos- gênero/raça/etnia- que são margeados na esfera social pelo paradigma vigente de uma classe social dominante que impõe a unicidade de sua ideologia às demais classes sociais.
A elaboração e execução de atividades políticas definidas e fiscalizadas com a participação de toda a sociedade civil garantem o alcance dos anseios próprios e diversos de cada esfera social, levando-se em conta as diversidades, concretizando assim o preceito legal constante no art. 5º do Diploma Legal Magno do Estado brasileiro:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;
(...)
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;
(...)
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;
Conforme acima transcrito do texto Constitucional, inciso IX “ é livre a expressão de atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença”. Onde está a Magnitude do Texto Constitucional? Na sua insuficiência em garantir a efetividade de algo que ela avaliza? Onde está o respeito à diversidade intelectual, artística das raças, etnias e gêneros e a igualdade de todos perante a lei?
A dignidade do homem está no seu reconhecimento como membro social, respeitado em sua diversidade. As políticas públicas, associadas à participação de todos os setores sociais, tem o poder de efetivar esse ideal humano de todos os gêneros/raça e etnia e concretizar o art. 3º da Constituição Federal da República:
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II - garantir o desenvolvimento nacional;
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.

O Estado tomou para si o dever de promover uma sociedade livre, justa e solidário onde é promovido e reconhecido o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação, usando a Lei Maior para regulamentar estes compromissos com a Sociedade. A lei existe, só falta a sua efetivação e seu cumprimento pela sociedade. Todos são responsáveis pela construção de uma sociedade justa, bastam atitudes eficazes e posicionamento político diante dos Direitos/Deveres do Estado e dos setores sociais.
No entanto, o ideal não é o que se concretiza e é constatável na Sociedade, e para adquirir mais dados e conhecimento, agregando mais elementos cognitivos ao Módulo I, objetiva-se desenvolver o Tema 02 sugerido como uma das propostas de atividades avaliativas da Especialização e tecer, assim, uma rede semântica entre os temas já estudados.
É objeto desta explanação argumentativa a análise crítica da influência da família, hierarquias e a interface público/privado na efetivação da Igualdade de gênero, raça/etnia na educação formal.
Como primeiro tópico a ser explanado nesta dissertação, tem-se a Família, entidade social que tem a função social de lançar os primeiros alicerces na construção de um cidadão crítico, atuante e consciente dos problemas que envolvem o gênero, raça/etnia tão claramente presentes na sociedade. É o que se constata no estabelecido na Constituição Federal, art. 226 e parágrafos, abaixo transcrito:
Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.
(...)
§ 3º - Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento.
§ 4º - Entende-se, também, como entidade familiar a comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes.
§ 5º - Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos igualmente pelo homem e pela mulher.
Analisando e correlacionando o que o art. 226 da CF preceitua com o que é constatável na evolução histórica e na atual posição social da mulher, constata-se que, apesar dos gloriosos avanços alcançados pelos Movimentos Feministas, pouco se caminhou e muito se tem a caminhar.
Um breve histórico do papel da mulher na sociedade atual é necessário para o desenvolvimento do tema.
Os seres masculino e feminino formam a espécie humana que, unindo-se, procriam a sociedade humana. Com o intuito de preservar a raça humana, os homens e as mulheres estabeleceram laços de convivência habitual e constante. Surge aí a instituição da sociedade humana. A sociedade humana evolui historicamente aparelhada aos padrões de desenvolvimento da produção, dos valores e normas sociais.
Vindo o homem a produzir seus alimentos, nas sociedades agrícolas do período neolítico, iniciou-se a definição dos papéis a serem desempenhados pelo homem e pelas mulheres. Nas sociedades aborígenes já havia a divisão sexual do trabalho, tendo como ponto marcante o papel reprodutor da mulher, e a capacidade de gerar o filho e de amamentá-lo. Esta característica protetiva da entidade familiar foi sendo concebida como uma ocupação feminina cumulada com o desempenho da atividade agrícola e pecuária.
Surgem, assim, sociedades humanas formadas por clãs, em tribos e aldeias que caracterizam-se estruturalmente quase que identicamente com as sociedades do período neolítico.
Com a evolução a família tornou-se multigeracional e todos os membros familiares contribuíam nas atividades econômicas e produtiva do lar. O mundo do trabalho e o mundo doméstico eram coincidentes.
A característica reprodutiva da espécie, que cabe à mulher, deu força à subordinação feminina à masculina. À mulher atribui-se os adjetivos de fragilidade, incapacidade de chefiar e direcionar a entidade familiar. Com a subordinação feminina, o homem assumiu o seu poder na esfera social, tornando-se autoridade, usando dos poderes físico e de mando. Alicerçadas no poder masculino e da chefia da entidade familiar, eis que surgem as Sociedades Patriarcais.
Assim, com a conquista e fortalecimento das sociedade patriarcais, a mulher submeteu-se ao interesse do homem. A mulher passou a ser propriedade do homem. A mulher foi ocupando, restritamente, o mundo doméstico, submissa ao ideário patriarcal.
As sociedades patriarcais permaneceram ao longo dos tempos, mesmo na sociedade industrial. Porém, nas sociedades industriais o mundo do trabalho se divide do mundo doméstico. As famílias multigeracionais vão desaparecendo e forma-se a família nuclear (pai, mãe e filhos). Permanece o poder patriarcal na família, mas a mulher das camadas populares foi submetida ao trabalho fabril. No século XVIII e XIX o abandono do lar pela mães que trabalhavam nas fábricas levou a sérias consequências para a desestruturação dos laços familiar, das camadas trabalhadoras e os vícios decorrentes do ambiente de trabalho promíscuo fez crescer os conflitos sociais. A mulher foi incorporou-se, subalternamente, ao trabalho fabril. Em fases de ampliação da produção se incorporava a mão de obra feminina junto à masculina, nas fases de crise substituía-se o trabalho masculino pelo trabalho da mulher, porque o trabalho da mulher era mais barato. As lutas entre homens e mulheres trabalhadoras estão presentes em todo o processo da revolução industrial. Os homens substituídos pelas mulheres na produção fabril acusavam-nas de roubarem seus postos de trabalho. A luta contra o sistema capitalista de produção aparecia permeada pela questão de gênero. A questão de gênero colocava-se como um ponto de impasse na consciência de classe do trabalhador. Assim, nasceu a luta das mulheres por melhores condições de trabalho. Já no século XIX havia movimento de mulheres reivindicando direitos trabalhistas, igualdade de jornada de trabalho para homens e mulheres e o direito de voto. Ao ser incorporada ao mundo do trabalho fabril a mulher passou a ter uma dupla jornada de trabalho. A ela cabia cuidar da prole, dos afazeres domésticos e também do trabalho remunerado. As mulheres pobres sempre trabalharam. A remuneração do trabalho da mulher sempre foi inferior ao do homem. A dificuldade de cuidar da prole levou as mulheres a reivindicarem por escolas, creches e pelo direito da maternidade. Na sociedade capitalista persistiu o argumento da diferença biológica como base para a desigualdade entre homens e mulheres. As mulheres eram vistas como menos capazes que os homens. Na sociedade capitalista o direito de propriedade passou a ser o ponto central, assim, a origem da prole passou a ser controlada de forma mais rigorosa, levando a desenvolver uma série de restrições a sexualidade da mulher. Cada vez mais o corpo da mulher pertencia ao homem, seu marido e senhor. O adultério era crime gravíssimo, pois colocava em perigo a legitimidade da prole como herdeira da propriedade do homem. No século XX as mulheres começaram uma luta organizada em defesa de seus direitos. A luta das mulheres contra as formas de opressão a que eram submetidas foi denominada de feminismo e a organização das mulheres em prol de melhorias na infraestrutura social foi conhecida como movimento de mulheres. Os valores morais impostos às mulheres durante muito tempo dificultaram a luta pelo direito de igualdade.
Observa-se que o papel das mulheres pertencentes a raças e etnias diversas, desde os tempos primordiais da civilização é de subordinação, submissão, desvantagem, vulnerabilidade, exploração e opressão.
Apesar de uma caminhada embrionária de movimentos feministas para mudar a visão e desempenho patriarcal das famílias em nossa sociedade, pouco se alcançou em medidas reais e significativas.
As famílias, com mulheres submissas, reafirmam a ordem social vigente, a cultura machista dominante, perpetuando valores discriminatórios vigentes e delineando as desigualdades de gênero/raça e etnias na sociedade.
A estruturação patriarcal da sociedade, como foi exposta acima, é histórica e construída pelo homem, não é genética, pode e deve ser mudada com a difusão de novos valores culturais e políticos junto à sociedade, proporcionando o nascer de uma cidadania mais inclusiva.
O posicionamento autônomo das mulheres na sociedade é possível com a tomada do poder decisório das mesmas sobre suas vidas, seus corpos, sua sociedade e seu país, causando assim a ruptura com o legado histórico, e assim, conquistando poder nas práticas políticas que garantam efetivamente o seu lugar social.
A educação formal é um tema de grande peso na conscientização populacional quanto à Igualdade de gênero, raça/etnia, sendo garantida Constitucionalmente pelo art. 6º:
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.

Uma das entidades que deveria motivar a conscientização da diversidade dos setores sociais e o respeito a ela é desempenhada pelas Entidades Educacionais pública e privada.
O tema em questão, na educação formal, é tratado de formas diferenciadas pelo setor público e pelo setor privado, pois cada setor tem uma clientela diversificada com características sociais, econômicas, culturais, etc...
No setor público o ideal seria o desenvolvimento da consciência crítica dos educandos que, embasados na sua realidade social, seriam direcionados a lutarem por seus direitos, negados e extirpados pela classe dominante.
No setor público, em contrapartida, deveria ser trabalhada a conscientização dos alunos quanto o respeito à diversidade, seu reconhecimento e posicionamento crítico para eliminá-la.

BIBLIOGRAFIA
www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-97022003000100010

lgbtt.blogspot.com/2009/05/politicas-publicas-acoes-que-o-governo.html
www.faedf.edu.br/faedf/Revista/AR08.pdf
HTTP//biblioteca.universia.net.
MEDEIROS, C., Racismo, Preconceitos, Intolerância, ed. Atual, 2002.
CARNEIRO, Sueli, Racismo, Sexismo e desigualdade no Brasil, Synezia editora, 2011.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Mensagem à família

Na educação de nossos filhos
Todo exagero é negativo.
Responda-lhe, não o instrua.
Proteja-o, não o cubra.
Ajude-o, não o substitua.
Abrigue-o, não o esconda.
Ame-o, não o idolatre.
Acompanhe-o, não o leve.
Mostre-lhe o perigo, não o atemorize.
Inclua-o, não o isole.
Alimente suas esperanças, não as descarte.
Não exija que seja o melhor, peça-lhe para ser bom e dê exemplo.
Não o mime em demasia, rodeie-o de amor.
Não o mande estudar, prepare-lhe um clima de estudo.
Não fabrique um castelo para ele, vivam todos com naturalidade.
Não lhe ensine a ser, seja você como quer que ele seja.
Não lhe dedique a vida, vivam todos.
Lembre-se de que seu filho não o escuta, ele o olha.
E, finalmente, quando a gaiola do canário se quebrar, não compre outra...
Ensina-lhe a viver sem portas.

Eugênia Puebla
Link:
http://pensador.uol.com.br/poemas_sobre_a_familia/, acesso em: 20/07/2011.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Tema Escolhido

Tema  2 -  Igualdade de gênero, raça / etnia na educação formal.
(família, hierarquias e a interface público / privado)